segunda-feira, 7 de março de 2011

Lágrima de Preta

Lágrima de preta
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão
NOT YOUR'S ANYMORE.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A vida vista do lado de fora

ESTA VIDA SÓ TEM UM PROBLEMA: SÓ É VIVIDA UMA VEZ.
OS OUTROS PROBLEMAS SOMOS NÓS QUE OS ARRANJAMOS.
esta frase tem copyright xD
O DIABINHO EM MIM
Olho. Olho mas não vejo. Vejo mas não enxergo.
Nem encaro, nem me importo, nem faço caso.
Nem me faz espécie.
Encarar a complexidade de um ser que devia vir com manual de instruções?! Nem pensar! Não é pelo trabalho que dá e eu não ter estofo para tal sacrifício.
É simplesmente porque cansa procurar, encontrar, aturar um ser másculo que acaba sempre por ser trocado pelo último modelo!


O ANJO QUE SOU
Pois não, não existe. Esta não sou eu.
Mas é o que dá a inércia da escrita. Escrevemos o que nos vai na alma, o que vai na alma da vizinha de trás, da da frente, da do lado, da da Lili Caneças. Enfim.
Nas Entrelinhas do meu manifesto anti-vida amorosa, está o que sou realmente.
Não procuro:espero. (Anseio, porém) Encontro. Gosto. Amo. Choro. Arrependo-me outra vez. E choro. Anseio. Nunca procuro. Encontro. Gosto. Amo. Choro. Choro por tudo e por nada. Amor, tristeza. Choro de tanto rir. E nunca, NUNCA me arrependo.
Se foi preciso sofrer para te encontrar, nunca me arrependerei dos erros que cometi, porque os erros cruzaram os nossos caminhos, o sofrimento levou-me até ti.
E nunca, NUNCA me arrependo de dizer que TE AMO.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Never too late – Three Days Grace




This world will never be what I expected
And if I don't belong who would have
guessed it
I will not leave alone everything that I own
To make you feel like it's not too late, it's
never too late

Even if I say it'll be alright
Still I hear you say you want to end your life
Now and again we try to just stay alive
Maybe we'll turn it around 'cause it's not too
late
It's never too late

No one will ever see this side reflected
And if there's something wrong who would
have guessed it?
And I have left alone everything that I own
To make you feel like it's not too late, it's
never too late

Even if I say it'll be alright
Still I hear you say you want to end your life
Now and again we try to just stay alive
Maybe we'll turn it around 'cause it's not too
late
It's never too late

The world we knew won't come back
The time we've lost can't get back
The life we had won't be ours again

This world will never be what I expected
And if I don't belong

Even if I say it'll be alright
Still I hear you say you want to end your life
Now and again we try to just stay alive
Maybe we'll turn it around 'cause it's not too
late
It's never too late

Maybe we'll turn it around 'cause it's not too late
It's never too late
It's not too late, it's never too late


RETRATO

Era domingo, penso. Já não consigo precisar com clareza. Ali estavas tu: esguio, magro também, a olhar fixamente para mim como se nos conhecêssemos desde sempre. Desde o dia em que nos deviamos ter conhecido. Era o nosso primeiro encontro, e a primeira coisa que me fez ter a certeza que eras tu aquele que esperava por mim, foi a tua pele extraordinariamente branca, mais que a minha até, e o teu cabelo dourado, claro. Aquele primeiro olhar deu-me calafrios.
De lonje conjecturei os teus olhos de um castanho-mel, doce. Quando te aproximaste de mim tremias imenso! Estavas rosado, muito, e provocaste em mim o mesmo efeito. Desde o primeiro minuto que os teus lábios tremelicavam, tal como as tuas mãos. A troca de olhares continuou e foi assim que me apercebi que os teus olhos de castanho não tinham nada! Eram verdes, do mais bonito verde que alguma vez vi, ou imaginei, e comecei a tremer.
Depois daquele primeiro dia, mantiveste-te o mesmo. Sempre o mesmo joão, simpático, carinhoso, passivo e compreensivo que aparentaste ser desde o primeiro dia. Sabes captar a minha atenção com o mais simples dos gestos, a mais simples das palavras, e o mais discreto dos olhares. Mas há uma coisa em ti que me irrita solenemente. És uma caixa fechada. Para o mundo e para mim. Não te interessas por política, não queres saber qual a capital do país «XPTO», só te interessa o aqui e agora, e tentas aproveitá-lo ao máximo. Mas às vezes dás-me vontade de chorar quando te fechas para mim. Sinto que tens medo da partilha e da confiança, que não confias em mim o suficiente. É a tua estranha forma de AMAR, e eu compreendo, porque eu também TE AMO e por vezes também o demonstro de uma forma estranha. A nossa própria relação é estranha. Invertida. O mais sensível emocionalmente és tu, e eu tenho tanto medo de te magoar! Sinceramente preferia que fosse eu a mais frágil, e talvez isso até seja um pouco egoísta da minha parte, mas como eu já ouvi dizer alguém: “magoar-me-ia mais magoar-te do que tu magoares-me a mim”.
Mas também me fazes chorar de alegria. Esse teu sorriso lindo faz despertar em mim uma inigualável serenidade. Todas as noites choro por ti e lamento não te ter naquele momento para te abraçar e dar-te um beijo de boa noite. Para me sentir segura, até.
Quero ficar contigo até não ter dentes e os meus cabelos serem brancos como a cal. Não, minto. Isso não é suficiente. Eu quero ficar contigo para sempre. Com aquele rapaz, daquele domingo no cinema.
E agora, ao escrever estas palavras, verto uma lágrima de alegria só por pensar em ti. E essa é a minha forma de TE AMAR.